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sábado, 17 de julho de 2010

Tapando o buraco do hiato

Foi num almoço com colegas de trabalho que percebei o tamanho do buraco em que enfiei meus projetos pessoais. Escrevi um livro do qual dediquei um tempo muito menor do que merecia. Deixei a escapar pelas mãos a faculdade de Marketing, misturei o curso de webdesign com minhas fantasias de surreais e ainda protelo em ter um filho.
Aos 34 anos de idade tenho um trabalho... digamos a quem da minha capacidade intelectual. Acho que todo artista tem um pouco instabilidade emocional para poder praticar sua arte de alguma maneira. Uns com responsabilidade reduzida; outros sem responsabilidade nenhuma. Outros neutros. Eu me enquadro nessa última categoria. O velho problema de sempre.
Comprei um vinho vagabundo para pensar melhor de como poderia resolver o problema. Procurei na minha coleção de CDs um que merecesse o momento. Nada de Rock, MPB, Blues ou Soul. Coloquei Prokofiev. As clássicas como sempre. Romeu e Julieta. Bem apropriado. Frio, chuva, vinho, depressão invernal e Prokofiev! Você sabe quem foi o cara? Num outro momento eu conto.
A resolução do meu problema começou a acontecer no quarto copo. Tenho sete dias da semana. Cinco dias dele passo praticamente 19 horas do dia fora de casa. Entre tomar banho, jantar e arrumar a roupa para o dia seguinte eu perco mais uma hora. Fico livre pra e-mail, internet das 20h15min até às 23h00minmin. Três horas. Quinze por semana. Esse é o tempo. Sem contar o Sábado e o Domingo. Mas são dias livres então tudo pode acontecer.
Como tenho vários projetos ao mesmo tempo. Cada dia da semana foi escolhido para fazer uma coisa. Fiz até uma tabelinha. Mas artista não é executivo. Então o trabalho para se organizar bem maior e provavelmente terá umas horas extras. Vai dar certo? Eu não sei. Mas não quero olhar para trás 34 anos depois e pensar que não pude fazer nada.

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