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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Eu vs. a tatuagem

Esses dias me aconteceu um negócio engraçado que virou assunto de reflexão na roda de chimarrão. Perto de minha casa há um pequeno mercado onde faço compras. Lugar pequeno e esta sempre lotado. A maioria das pessoas são do bairro, portanto já têm um certo grau de intimidade com o donos do local. Fui comprar algumas coisas para fazer o almoço. Quando estava na fila para pagar as coisas, surgiu um sujeito usando camiseta regata. Ele tinha uma tatuagem no braço e brincava com os funcionários e as pessoas da fila para que elas descobrissem de onde era o bendito desenho. Bem, ninguém imaginava. A tatuagem era de um velho vestido com roupa de mago segurando uma lamparina. Lembrava o Gandalf, do Senhor dos Anéis.
Enquanto o sujeito brincava com todo mundo fiquei observando bem a tatuagem. O cara ficou um tempo brincando com pessoal (atrapalhando o andamento da fila, evidentemente) e passou por mim. Olhei para ele, para tatuagem em seu braço, ele retribuiu o olhar, foi para o fim da fila e depois voltou. Aí veio com essa:
“Aposto que você não sabe de onde é está tatuagem.”
“Por que eu não deveria saber?”, perguntei.
“Bem, porque tu tens cara de colorado.”, disse ele convicto.
Apenas ri. Eu entendi o que ele quis dizer.
“ Quanto quer apostar?”
O sujeito olhou para as pessoas em volta com ar jocoso.
“ Pode ser o valor de suas compras.”
“ Me contento com o jornal.”
Ele riu.
“Pode ser.”
Houve certa expectativa das pessoas em volta.
“ Então?”, perguntou ele batendo na tatuagem.
“ Essa figura é o velhinho na contra capa do disco Led Zeppelin IV de 71. Eu tenho o disco em vinil. Muito bom.”
Jesus Cristo! Ganhei um jornal. As pessoas começaram a rir do sujeito, claro e ele voltou para o fim da fila murchinho.
“Ah – eu disse antes de sair – não sou colorado.Sou tricolor de coração.”

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