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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Eu sou a virgem, ele é a puta



Desta vez L. não esperava por isso. Eu disse a ele que coisas assim acontecem com freqüência e isso e aquilo. Alguém em algum lugar fala agora mesmo. Mas o que ele queria? Ora, ele é um dos grandes amantes das festas, dos carnavais fora de época, macarenas, etc, etc, etc. L. faz questão de frisar que ajuda sua comunidade (favela mesmo esse papo de ficar minimizando as coisas...) a fazer isso e aquilo. Tudo bem, L. eu não te culpo, garoto, mas a gente exporta sensualidade, abrimos nossas pernas pro mundo, somos os melhores no futebol e às vezes confundimos funk com punk. Deveríamos era repensar certas coisas. Se o R. W. disse a piada jocosa eu não o julgo, culpados somos nós. Alimentamos isso, alimentamos a pirataria, a corrupção, a bandidagem, a ignorância, etc, etc, etc, etc. Eu não quero ser reconhecido pela Floresta Amazônica, pelo futebol, mulatas, carnaval. Não quero herdar nada disso, L. Somos mais bonitos e espertos do que julgamos ser. Só nos falta modelos dignos pra seguir e assim podermos dar valor à coisas que realmente valham.

3 comentários:

  1. Parabéns, gostei de seu texto. Concordo com você, acho que ainda que tenha nos chateado, Robin Willians teve seus motivos para falar o que falou... Ridículo é ver os pseudonacionalistas querendo processá-lo, ou metendo-lhe o pau, desqualificando-o como ator, por causa do que ele disse... Já viu o comentário ridículo no blog do Reinaldo Azevedo qto a isso? Gostei do seu ponto de vista, lúcido e objetivo, parabéns!

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  2. Está certíssimo. Vc disse exatamente o que penso.

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  3. Cara, parabéns pelo belíssimo e inteligente texto. Gosto dos filmes do Robin Willians e, por isso mesmo, gosto dele também. Não vejo nada demais nas declarações dele. A repercussão que estamos vendo é semelhante àquela quando os Simpson retrataram o Brasil num episódio. É essa a imagem que temos no exterior que, queira ou não queira, é reforçada aí por Tropa de Elite e Cidade de Deus, entre outros exemplares do cinema-verdade. O Brasil não pode ficar querendo mudar a opinião do Robin Willians. Deve sim tentar mudar a realidade aqui dentro para projetar uma imagem melhor lá fora.

    Um forte abraço, Fernando. Parabéns pelo blog. Um sopro de inteligência nessa net de Deus.

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